20 mar “Coronavirus: o egoísmo e a promoção da morte”, por Clotilde Perez para o Jornal da USP
Em um cenário de pandemia e alerta global sobre a infecção pelo novo coronavírus, os ânimos se agitam e questões começam a surgir sobre os impactos no âmbito econômico, social e também individual.
Em um artigo para o Jornal da USP, Clotilde Perez faz uma análise do contexto que o Brasil vinha enfrentando até o início de 2020, apontando as polarizações, o individualismo e as estratégias cada vez mais frequentes para lidar com a angústia de viver em um país onde a tensão passou a dominar o status quo.
O crescimento dos casos do novo coronavírus traz mais complexidade a esse já duro panorama. O olhar para o outro e a ênfase na coletividade não faziam parte da nossa constituição como sociedade e se mostram como caminho possível e necessário a ser tomado, mas encontra resistência em instâncias que vão do mercado ao Estado, com imensa força no egoísmo e no individualismo na esfera social. Entre a angústia e o distanciamento social, “será que o elemento aglutinador que nos faltava para a mudança veio justamente da invisibilidade e da insignificante, mas potente, vida microscópica?”.