11 set Casa Semio no 14º Congresso Mundial de Semiótica IASS-AIS
Acontece entre os dias 9 e 13 de setembro o 13º Congresso Mundial de Semiótica IASS-AIS, sediado este ano na Universidad Nacional de las Artes, em Buenos Aires, na Argentina. Seguindo o percurso de anos, a equipe da Casa Semio está participando com a apresentação de quatro trabalhos com diferentes objetos de estudo. Das marcas e do consumo às redes sociais e o luxo, o estudo e a reflexão estão na base de nossos trabalhos e pesquisas desenvolvidas para o mercado.
A última edição do encontro de pesquisadores das diferentes linhas da semiótica aconteceu na Lituânia e apresentou o tema “Cross-inter-multi-trans”. Em 2019, o trabalho foi realizado sobre a ideia “Trajetórias”. Segundo a organização do evento, “trajetórias não se aplica aqui apenas aos desenvolvimentos conceituais da disciplina semiótica, mas também aos itinerários do conjunto mutável de objetos (mídia, comunicação, design, biológico, arquitetônico) nos quais esse conceito fixa seu olhar. As trajetórias são, assim, as memórias, as materialidades e os compromissos que orientam as definições, os escritos e as buscas pelos itinerários de sentido”.
Reunião da cúpula diretiva da FELS – Federación Lationoamericana de Semiótica, em que Clotilde Perez é vice-presidente
Clotilde Perez apresentou junto com Eneus Trindade (ECA-USP) e Paulo Lencastre (Universidade Catolica Portuguesa) o artigo “Las mediaciones signicas del consumo en la contemporaneidade”, estabelecendo um panorama teórico-metodológico para situar o fenômeno do consumo dentro da ideia de ecologia publicitária e os pontos de contato dessa aproximação com a semiótica.
Mergulhando nas relações das marcas com o cenário contemporâneo, Bruno Pompeu e Clotilde Perez apresentaram o artigo “La teoría de los interpretantes de Peirce como medio de compresión y gestión de las causas de marca”. Parte da teoria semiótica foi acionada para a compreensão das relações das empresas com causas sociais, partindo da observação de uma diversidade de marcas em diferentes segmentos estarem adotando essa estratégia em sua ecologia publicitária.
Sivio Sato, em seu artigo “Semiótica, marca e redes sociais digitais: interações e transformações nos significados da comunicação publicitária” explorou as mudanças na relação entre marcas e consumidores decorrentes da ascensão das novas tecnologias de informação e comunicação, que trouxeram um indivíduo conectado permanentemente ao ciberespaço, com grande possibilidade de expressão num ambiente de comunicação ubíqua digital. Essas novas lógicas interacionais foram estudadas sob a perspectiva da comunicação mercadológica e do branding, identificando pontos de atenção para as marcas nesse cenário.
Por fim, o trabalho “A estetização do grotesco na moda de luxo”, de Rafael Orlandini, entendendo a beleza e feiúra não como ideais transhistóricos, mas como construções sígnicas relativas a valores de determinado tempo, explorou a manifestação do grotesco no âmbito da moda de luxo. Transversais a diversas outras categorias no mercado, as manifestações apresentam tensões àquilo historicamente construído como belo. O movimento de estetização do feio e do grotesco, a partir dessas análises, carrega o potencial de borrar as fronteiras entre esses conceitos.